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Mato Grosso do Sul, 26 de abril

Raf Simons acredita que a moda é também resistência política

Em recente entrevista, o estilista belga garantiu que a política norte-americana influenciou a sua coleção de estreia na Calvin Klein

Por Redação
30/01/2017 • 09h00
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No dia 10 de fevereiro, o mundo vai conhecer a maneira como Raf Simons enxerga a Calvin Klein. As expectativas para a volta do estilista que teve uma passagem de quatro anos na histórica maison francesa fundada por Christian Dior e antes dirigiu a minimalista Jil Sander por sete são altíssimas. Não à toa, o circuito fashion parou para ouvir o que designer tem para dizer sobre esse seu novo momento, vivendo unicamente em Nova York, dividindo-se entre apenas a Calvin Klein e sua etiqueta masculina homônima.
“Nova York sempre me inspira de alguma forma”, conta em entrevista recente à uma revista norte-americana. “No entanto, acho que quando você vive nela, ela te inspira de um jeito diferente. Para ser honesto, minhas próximas duas coleções vão falar muito sobre a minha relação com a cidade. Como eu sempre a vi, como eu a vejo hoje, como eu desejo vê-la no futuro… Ao mesmo tempo, não vou deixar de lado as minhas raízes europeias”, revelou o designer que também desfila não só na NYFW, mas também na versão masculina do evento que começa nesta segunda-feira (30.1).
Sobre o momento político tenso em que vive os Estados Unidos, Raf diz que sua estreia na Calvin Klein também vai, de alguma forma, se relacionar com isso. “Eu sempre acho mais interessante quando a moda é capaz de criar uma relação com a estrutura política, ou então gerar um debate sobre ela”, explica. “Acho que a moda pode, sim, ser uma forma de resistência, mas não mais do que uma pessoa dando sua opinião, tomando partido. Não acho que só porque trata-se de moda que a resistência ou a revolta é maior.”
E mais, ao que tudo indica, parece que o foco de Raf está mesmo é nos jovens. “Mesmo que antes eles não fossem convidados aos desfiles, os jovens criaram um diálogo com esse mundo burguês que nunca muda. Nossa missão enquanto designers é entender como jogar esse jogo que tem novas regras, um novo público”, diz. “A clientela burguesa sempre pensa que tudo ainda é feito só para ela, mas não é mais. Ela cospe na juventude sem perceber que estão quase perdendo esse novo jogo”, arremata.

 

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