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Mato Grosso do Sul, 26 de abril

Trama Global: A Índia e seus amores

De um lado, sentimentos compartilhados por toda a humanidade; de outro, as tradições e divergências

Por Redação
19/01/2009 • 16h06
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Caminho das Índias será mais uma história com amor, como pano de fundo. Mas, apresenta características bem distintas, ao misturar Oriente e Ocidente, amor e paixão, sanidade e loucura. De um lado, sentimentos compartilhados por toda a humanidade; de outro, as tradições e divergências, na forma como determinada cultura ou indivíduo enxerga o mundo. Nesta segunda-feira (19), a autora Glória Perez e o diretor artístico e geral Marcos Schechtman estreiam mais uma parceria, trazendo para o horário nobre da Globo as cores do Brasil e da Índia e lançando um olhar sobre estes países tão diferentes.

Na trama central, a paixão proibida entre dois indianos de origens distintas. Maya Meetha (Juliana Paes) é alegre, inteligente, trabalha em uma central de telemarketing do Rajastão e pertence a uma tradicional família da casta dos comerciantes. Bahuan (Márcio Garcia) está se formando nos Estados Unidos, é funcionário de uma empresa americana, mas nunca esqueceu as humilhações que sofreu na infância, por ser um intocável – parte do contingente humano que os textos sagrados definem como “a poeira aos pés do deus Brahma”, aqueles considerados impuros e condenados a nem mesmo tocar com sua sombra um integrante das castas. Tal sistema já foi banido pela lei, porém não pelos costumes.

 

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Maya já está na idade de casar e, como é costume em seu país, seu pai se empenha em lhe conseguir um bom marido. Como toda indiana, a jovem sempre acreditou que ninguém melhor do que ele para escolher o homem certo. Até conhecer Bahuan. A troca de olhares, a eminência do beijo proibido e as longas conversas rapidamente levam aos planos de uma vida longa e feliz juntos. Maya só desconhece o segredo que Bahuan guarda a sete chaves: ele é um intocável.

Depois de sofrer por isso na infância, o rapaz passa pela tormenta e o medo de revelar sua origem. Adiou, inclusive, a viagem de volta à Índia o quanto pôde, porque preferia permanecer nos Estados Unidos, onde estuda, trabalha e se mantém distante de suas tradições. Retorna à terra natal apenas para atender a um chamado de Shankar (Lima Duarte), seu mestre e pai de criação. Brâmane - nome que se dá à casta mais alta -, ele adotou Bahuan ainda menino, escandalizando os mais tradicionais. Agora, quer lhe deixar todo o seu patrimônio. É chegada a hora de viver o que a vocação lhe pede e entregar seus bens materiais, para se refugiar em meditação nas Montanhas do Himalaia. 

Bahuan pensa em alternativas para manter o relacionamento com Maya. Ela, acreditando que ele é um brâmane, insiste para que combine com Shankar uma visita a sua casa para pedi-la em casamento, como manda a tradição. Pandit (José de Abreu), o sacerdote, já quer apresentar à família dela outro rapaz, Raj (Rodrigo Lombardi), o filho mais velho dos Ananda, e é preciso correr.

Casamentos “por amor” não são comuns na Índia, mas os pais da jovem, Manu (Osmar Prado) e Kochi (Nívea Maria), aceitam conhecer o pretendente da filha, na expectativa de uni-la a um brâmane. Concordam até mesmo em receber Bahuan sozinho, uma vez que Shankar está viajando e eles não podem adiar muito a resposta para os Ananda.

A tradicional família Ananda

Opash (Tony Ramos) e Indira (Eliane Giardini) são ferrenhos defensores do sistema de castas, se casaram como manda a tradição e formam um casal feliz. A filha mais nova, Shanti (Carolina Oliveira), ainda tem pouca idade; o mais velho, Amitav (Danton Mello), já vive com a esposa Suria (Cléo Pires), e agora é a vez de unir Raj a uma boa família.

Porém, assim como Maya, o rapaz também sofre com os desmandos do coração. Ele namora a brasileira Duda (Tânia Khalil) e fica arrasado, quando seus pais se opõem ao casamento dos dois. Indira ameaça fazer greve de fome e Opash coloca-o contra a parede, para escolher entre a família e a estrangeira, quando Duda já está praticamente de malas prontas para viver com ele na Índia. 

A jovem não consegue entender o conflito do noivo e Raj, ainda que a ame, sonha com uma vida dentro de sua cultura, sem muitos sobressaltos. Entre encontros e desencontros, Indira só ameaçará novamente uma greve de fome quando Ravi (Caio Blat), seu filho mais novo com Opash, decidir levar adiante um romance com outra brasileira: Camila (Isis Valverde). Jovem doce e intempestiva, Camila contraria a mãe Aída (Totia Meirelles) e vê a Índia como parte de um sonho, sem imaginar os conflitos pelos quais passará, por viver em uma cultura tão diferente da sua. Ao viajar para o outro lado do mundo, precisa andar coberta, não pode beijar o marido e, claro, não tem privacidade, algo difícil de descrever para a irmã Leinha (Júlia Almeida) e a amiga Júlia Cadore (Vitória Frate). 

Os Cadore

Os irmãos Raul (Alexandre Borges) e Ramiro (Humberto Martins) vivem às turras, gerenciando o império que seu pai, o Sr. Cadore (Elias Gleizer), construiu durante toda uma vida. Na hora de se aposentar, o empresário passou o negócio para o nome dos filhos, sem imaginar que deixaria de ser consultado sobre os rumos da organização e se sentiria jogado para escanteio.

É da falta de atenção que Sr. Cadore mais se ressente. Diferente dos indianos, os brasileiros não reverenciam normalmente os mais velhos e ele acompanha as discussões, cada vez mais frequentes entre os filhos, sem poder interferir. Ele vive com Raul, a nora Silvia (Débora Bloch) e a neta Júlia e não se surpreende também, quando ninguém nota suas saídas. 

Para esquecer os problemas, às vezes, vai dançar na gafieira com os amigos Dr. Castanho (Stênio Garcia) e Cidinha (Eva Todor). O clima em casa não está nada bom. Raul se mostra cada vez mais irritado, alterando a rotina de todos, e Silvia luta para ficar bem com o marido. Sem saber, trará para perto de sua família a mulher que irá virar sua vida de ponta-a-cabeça.

Com entusiasmo, Silvia recebe Yvone (Letícia Sabatella), uma amiga de adolescência que vem passar alguns dias no Rio de Janeiro. A jovem, bela e sedutora, parece muito generosa, mas é na verdade uma psicopata, capaz de tudo para atingir seus objetivos. Dissimulada, dará um golpe em Silvia e a trairá com Raul, fazendo com que o mundo desta mulher, que dedicou anos de sua vida ao casamento, desmorone. 

A doença de Tarso

Ramiro, empresário ambicioso e obcecado pelo sucesso pessoal, cobra do filho Tarso (Bruno Gagliasso) a postura agressiva que espera de um bom homem de negócios, sem imaginar os efeitos que tanta pressão pode causar. Vaidosa, a mulher de Ramiro, Melissa (Christiane Torloni), também idolatra o rapaz por ser bonito como ela, e vive brigando com a filha Inês (Maria Maya), que acredita não ter nascido à sua imagem e semelhança.

A jovem sabe lidar com os pais, mas Tarso não aguenta tamanha expectativa depositada sobre ele e, por se refugiar cada vez mais dentro de si, desenvolve um quadro de doença mental. Durante este processo, Tarso contará com o apoio da namorada Tônia (Marjorie Estiano), que permanecerá ao seu lado, mesmo nos momentos mais difíceis.

As campanhas sociais

No decorrer da novela, Tarso passará por alguns tratamentos tradicionais, até chegar ao centro de saúde mental, que segue o método de Nise da Silveira, renomada psiquiatra brasileira. Desta forma, a novela abrirá espaço para divulgar artistas como José Bispo e o profeta Gentileza (Paulo José), a TV Pinel e grupos musicais que têm se tornado sucesso com apoio dos melhores nomes da MPB.

O respeitado Dr. Castanho comanda o hospital e sabe falar a linguagem de seus pacientes. Por vezes, mostra-se até excêntrico, recusando-se a entrar em sua sala enquanto a secretária Cidinha ou qualquer outra pessoa não trouxer seu tapete. Mas, sabe usar da criatividade para ajudar nos tratamentos que aplica. As psicólogas Aída e Ciça (Aninha Lima) também o admiram muito, e cuidam para que as oficinas de arte e as demais atividades do local corram sempre bem.

Além da loucura, a educação também estará em foco. Maico (Mussunzinho) é um rapaz responsável e estudioso, que teme ser rejeitado por causa da doença de Ademir (Sidney Santiago). O preconceito está presente em vários lugares que frequenta e, em sua escola, a falta de respeito é generalizada. A agressividade de grande parte dos alunos é sentida por ele e, claro, pelos professores.

Berê (Silvia Buarque), que dá aula na instituição pública Vera de Acari, que o diga. Insultos e brigas são constantes e, às vezes, até os pais dos adolescentes contrariam seus ensinamentos. Este é o caso de Zeca (Duda Nagle), que faz as maiores atrocidades, mas sempre tem o apoio dos pais Ilana (Ana Beatriz Nogueira) e César (Antônio Calloni).

Aguentar a rotina no colégio é uma tarefa difícil e Berê precisa acreditar em sua vocação, para seguir em frente. Tamanho desrespeito, porém, não acontece em todas as culturas. Na Índia, o mestre é altamente valorizado e visto como aquele que pode transmitir experiência e indicar caminhos. Esta é mais uma discussão que a novela pretende promover, através do debate sobre a forma de tratar o mais velho, tanto nas salas de aula quanto nas famílias.

Internet

Val (Rosane Gofman), a secretária dos Cadore, é apaixonada pelo chefe Ramiro e encontrou na internet uma forma de realizar todos os seus sonhos com ele. Tem um avatar sensual em programas do gênero Second Life e, ali, no espaço virtual, busca as emoções que a vida mundana não lhe proporciona. Tangos, festas, as melhores viagens... tudo se torna possível.

A rede também é muito utilizada pelo jovem indiano Indra (André Arteche), que vive na Lapa, bairro do centro do Rio de Janeiro, e expõe, através do computador, um olhar sobre uma cultura tão diferente da sua. Ele escreve de tudo um pouco em seu blog e comenta os maiores destaques da internet, recebendo uma boa quantidade de visitantes. No início da novela, publica vídeos com a mãe Ashima (Mara Manzan), ensinando os melhores pratos de sua terra natal, que se tornarão um verdadeiro sucesso.

A Lapa

Indra mora com Ashima em um antigo sobrado da Lapa, mas se comporta como um típico jovem indiano, sério e respeitador. Sua mãe lhe passou todos os ensinamentos do Hinduísmo e, apesar de viver há anos no Rio de Janeiro, sonha lhe arranjar uma noiva de boa casta, em seu país de origem.

Porém, enquanto esta hora não chega, a alegre Ashima vai aproveitando com ele o sol do Rio de Janeiro e gerenciando sua pastelaria, um dos sucessos do bairro carioca. No estabelecimento, trabalha como garçonete a espevitada Suellen (Juliana Alves), que recebe todos os dias clientes ávidos por um lanche e uma boa conversa.

Assim como na vida real, a Lapa abriga na novela uma série de tipos e funciona como um ponto de encontro para os personagens. Norma (Dira Paes) e o guarda Abel (Anderson Muller), por exemplo, se mudarão para o bairro logo no início da trama, criando uma série de confusões. A jovem adora uma intriga e o rapaz multa quem quer que seja, para manter a ordem na cidade. Além do casal, está o malandro Radesh (Marcius Melhem), que tenta implantar ali vários serviços oferecidos nas ruas da Índia, como banhos por 10 reais e trabalhos de costura, sem saber desempenhar nenhum deles.

Trapaças, alegrias, amores e desamores marcarão as cenas no bairro boêmio e trarão o colorido do Brasil e da miscigenação, para uma novela que busca contrapor valores de países tão diferentes.

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